terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Laços


Aquele q teme levar um choque,
jamais deve (deveria) se atrever a chegar perto demais da alta tensão.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Incólume


Dia desses, estava eu, atrasada p ir p faculdade, olhei no relógio, vi q estava em cima da hora..o ônibus passaria em menos de 5 min..mesmo assim, decidi ir correndo, apanhei minhas coisas...peguei o elevador e saí afoita.

Quando cheguei na esquina, que precisava atravessar para ir ao ponto, qual não foi minha surpresa?! o sinal estava fechado p mim e o meu ônibus estava passando, quase que debochando da minha pressa. Conformada de que precisaria esperar pelo menos mais meia hora p q o próximo chegasse, respirei...e do outro lado da rua observei uma família (ou pelo menos parte dela)...A mãe, com duas filhas, a primeira já com seus 50 e poucos anos, as meninas parecendo ter uns 15 e a menor uns 12 talvez.. e observando-as, me pus a imaginar suas vidas...me pareceu q não tinham mt dinheiro, estavam vestidas como q indo para uma festa, ou talvez uma reunião, pressupus, ao reparar q as 3 vestiam saia, blusa e sandálias altas, arrumadas. Olhei de novo, e vendo na expressão da filha mais velha um misto de aflição e cansaço, refiz meu pensamento...reparei q a menina era mtt magra e imaginei q algo estranho estaria acontecendo..talvez elas estivessem indo para um culto religioso pedir por saúde, talvez estivessem indo p o hospital..mas elas estavam do outro lado da rua paradas.

O sinal abriu p mim..atravessei e fui p ponto, que por sinal já estava cheio de novo. Comecei a esperar por aquele q não vinha, e voltei a observar a família, só q agora de um ângulo diferente...de repente...a filha mais velha, aquela q eu achei com um olhar distante...desfaleceu entre a irmã e a mãe..rapídamente um senhor veio acudir, segurou-a e ela logo recuperou a consciência..(todos levamos um susto)...o senhor foi embora, e segundos depois a menina tornou a desmaiar...mas dessa vez não voltou..a mãe desesperada, tinha uma expressão de pânico e impotência..segurando a filha no colo, não conseguia chorar, não sabia o que fazer...

Enquanto isso.. eu, do outro lado da rua, assistindo tudo aquilo não consegui sequer me mexer...pensei logo, se fizesse medicina iria lá ajudar, mas não faço, q poderia eu, ser meramente humano, sem nenhuma prática ou pro-atividade fazer? Nesse momento fiquei estarrecida não só com a minha, mas com a incapacidade de agir de todos q se encontravam a minha volta naquele ponto de ônibus, e pensei em quão desumano era aquilo...mas aquilo era mais forte q eu..me impedia de mover sequer as pernas...e eu só consegia pensar no sofrimento da menina, e comecei a inferir sobre o q ela poderia estar passando..sendo tão magra daquele jeito, estaria sofrendo de algum tipo de doença "moderna" como a anorexia? Teria uma outra doença mais grave? ou seria somente uma queda de pressão? a irmã menor chorando.. e eu ali..me perguntando aonde estaria o pai daquela família, como seria a história deles.. eu já não sabia o que pensar...rapidamente, ao contrário de nós, que estávamos ali, meramente espectadores, com coisas mais "importantes" para fazer,tais como ir p a faculdade ou trabalho, esperando nosso ônibus, algumas pessoas foram ajudá-las...e q crueldade...o táxi, vendo que era uma emergênica, recusou-se a parar...talvez ele estivesse ocupado demais como nós, mas logo veio outro, que se prontificou a ajudar..e assim, parada, ao mesmo tempo estupefata, aliviada, angustiada, esperando o ônibus, voltei a mim...fui tomada de um pânico, q me consumiu a alma, e todos meus medos vieram a tona...eu estava ali, na rua, sozinha, me sentindo a última criatura do mundo, inerte, eu não era sem coração, sentia piedade, só não tinha ação para um momento como aquele..era um ser tão indefeso, quanto a irmã de 12 anos que chorava de medo, vendo sua irmã padecer..e pensei..que poderia ser eu ali...e se aquilo acontecesse comigo? alguém me ajudaria? quem? e me vi então tão pequena e sozinha no mundo...

Vi o táxi partir...junto dele, ia não só a menina doente, mas também toda a sua história e de sua família...q eu nunca ficarei sabendo...
....meu ônibus chegou...subi..e raciocinei que precisava parar de pensar naquela história..pois senão..voltaria para casa, e não levantaria mais da cama... fui p faculdade, tudo voltou ao normal. (?)

..fiquei perplexa diante da passividade que faz o mundo girar..

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Personagem Naturalista


A ostra
animalzinho peculiar
tem o corpo todo molinho, é quase uma manteiga derretida
se protege envolvida por uma concha calcificada e não abre de jeito nenhum a danada.
Tem músculos adutores que a prendem de maneira q a única coisa q passa por ali é o plâncton, e todo mundo sabe q não existe coisa mais light e saudável do que uma dieta rica em plâncton (filtrado ainda por cima), principalmente o fitoplâcton, q além de ser micro e fazer aquela fotossíntese,sustenta a cadeia alimentar oceânica inteira.
Orgulhosa de sua auto-proteção, quando alguém de fora (sempre tem um parasita safado, tentando tirar vantagem) tenta entrar, ela não pensa 2 vezes não, libera a substância, a chamada madrepérola,que vai imobilizar o pequeno invasor, não permitindo que ele se reproduza, mas tb quem mandou ele ir entrando sem pedir licença, problema dele (ele é um parasita mesmo); mas ela q é toda pomposa, faz questão de transformar aquele ser inútil, e aquela madrepérola q jogou em cima dele, a mistura, vira uma singela e bela pérola.
..a ostra é assim..
auto-suficiente
auto-protegida
as vezes se prende a lugares, as vezes não se prende a nada..
sempre fechada em sua existência interior...cheia de autos-..

Aí vem o homem, ser irracional, abre a ostra, arranca a pérola p fazer um colar e ainda come a coitada.

Dado curioso: A Ostra é um animal rico em zinco, um dos nutrientes requeridos para a produção de testosterona (hormônio masculino).