terça-feira, 31 de março de 2009

Wii: Robôs em matrix


Rafinha tem acesso à internet, câmera digital, mp7. Vive conectado...orkut, msn, videogames, tem blog, fotolog, mas não lê jornal e não assiste noticiários.
Ele é o retrato da geração 21, que cresce rodeada por tecnologias, conectadados a todo tempo a todo mundo.
Que essa "Revolução Tecnológica" tem um lado bom, ninguém pode negar. Essa variedade de escolhas, informações, aliadas à mobilidade, facilita a vida de qualquer um. Só que, ao mesmo tempo, dá p notar os furos dessa rede. Esse universo tido como da participação e colaboração é tão digital que não existe, vira uma coisa meio matrix. O que se diz sobre consumidores serem editores de conteúdo, em um primeiro momento soa como um poder, mas num segundo momento, radiografado, observamos que as empresas nos dão a falsa idéia de que as controlamos, para nos manter conectados a elas, absorvendo todo o tipo de conteúdo inútil e nos induzindo a consumir mais.
Na verdade, o que vemos é que essa mobilidade não conecta pessoas, conecta seres alienados. A "Geração C" , representa o conteúdo vazio a que estamos condenados. As pessoas estão cheias de opiniões (não q isso seja ruim, pelo contrário, mas até certo ponto!), fotos, filmes espalhados por essa rede, sendo que são coisas que não tem a mínima relevância. É nada mais que o fruto da semente do consumo, o egoísmo, que faz com que as pessoas só se mostrem por seus interesses específicos. (fica a pergunta: p q expor sua vida toda p qualquer um? ok, entendo q vc quer mostrar o seu mundo, as suas opiniões, mas p q? é p se sentir alguém? alguém virtual? mtt bizarro isso cara...)
Programas como o Second Life e Nintendo Wii, que reproduzem situações reais vão, daqui a um tempo tornar a Geração C ou 21 ou o q quer q vc queira chamar...de Geração Robô!!! Assim, estaremos todos, sem sair de casa, vidrados em telinhas digitalizadas, vivendo mundos irreais, ligados por falsas fantasias, quando deveríamos estar percorrendo estradas de terra pelo mundo, ligados por laços afetivos concretos.
Se p Rafinha a inovação é natural, p mim, parece uma coisa meio surreal...


domingo, 8 de março de 2009

Pressão


Todos veem o homem,

alguns enxergam que ele enfrenta uma tempestade;

Idéias, ideais, pessoas, passado, futuro e presente... desejos, escolhas, conflitos.

Contudo ninguém entende o porquê.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A bunda de Picasso


A bunda. “Objeto” de desejo do sexo masculino. Responsável pelo requebrado da mulata no carnaval, desperta a paixão nos homens. Há mulheres famosas por suas bundas, a tal da famosa mulher melancia.
As bundas são assim, nunca saem de moda. Na TV, no baile funk, no samba, na praia, na semana de moda, até nos "xingamentos". É muita abundância.
A bunda. “Objeto” de desespero para algumas mulheres. Há várias que vivem em função de suas bundas. Dezenas de tratamentos, alguns milhares de reais, para preservar seu cartão de visita. A bunda é inimiga número um das celulites e das estrias. E a mulher que não se cuidar, coitada, ao invés de mulher melancia, vira mulher casca de laranja ou limão.
A bunda. Responsável pelo despejo dos dejetos. Orgânicos, e emocionais. Tudo que não é aproveitado pelo organismo sai por ela, sejam os excretas do metabolismo, sejam os sentimentos que não cabem. É escatologia, é medo, é amor. É ofensivo e erótico ao mesmo tempo.
Muitas coisas provemos de graça. Beijo, abraços, gozo...bosta é uma delas também. Tudo o que um animal também pode oferecer. De resto, tudo no homem é comprado, até a bunda. Basta ir em uma clínica de cirurgia plástica e comprar a sua prótese de silicone e colocar lá. Há também aqueles que fazem lipoaspiração em outras partes do corpo e despejam para encher suas nádegas de volume de gordura.
A bunda é objeto. É quase um ser vivo independente. Tem praticamente uma vida própria. (tem até diversos nomes e apelidos carinhosos..o famoso "bumbum"). Produz som, cheiro, formas, e desejos. Algumas funções. Contudo, a única certeza que temos é a de que um dia a bunda cai.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Laços


Aquele q teme levar um choque,
jamais deve (deveria) se atrever a chegar perto demais da alta tensão.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Incólume


Dia desses, estava eu, atrasada p ir p faculdade, olhei no relógio, vi q estava em cima da hora..o ônibus passaria em menos de 5 min..mesmo assim, decidi ir correndo, apanhei minhas coisas...peguei o elevador e saí afoita.

Quando cheguei na esquina, que precisava atravessar para ir ao ponto, qual não foi minha surpresa?! o sinal estava fechado p mim e o meu ônibus estava passando, quase que debochando da minha pressa. Conformada de que precisaria esperar pelo menos mais meia hora p q o próximo chegasse, respirei...e do outro lado da rua observei uma família (ou pelo menos parte dela)...A mãe, com duas filhas, a primeira já com seus 50 e poucos anos, as meninas parecendo ter uns 15 e a menor uns 12 talvez.. e observando-as, me pus a imaginar suas vidas...me pareceu q não tinham mt dinheiro, estavam vestidas como q indo para uma festa, ou talvez uma reunião, pressupus, ao reparar q as 3 vestiam saia, blusa e sandálias altas, arrumadas. Olhei de novo, e vendo na expressão da filha mais velha um misto de aflição e cansaço, refiz meu pensamento...reparei q a menina era mtt magra e imaginei q algo estranho estaria acontecendo..talvez elas estivessem indo para um culto religioso pedir por saúde, talvez estivessem indo p o hospital..mas elas estavam do outro lado da rua paradas.

O sinal abriu p mim..atravessei e fui p ponto, que por sinal já estava cheio de novo. Comecei a esperar por aquele q não vinha, e voltei a observar a família, só q agora de um ângulo diferente...de repente...a filha mais velha, aquela q eu achei com um olhar distante...desfaleceu entre a irmã e a mãe..rapídamente um senhor veio acudir, segurou-a e ela logo recuperou a consciência..(todos levamos um susto)...o senhor foi embora, e segundos depois a menina tornou a desmaiar...mas dessa vez não voltou..a mãe desesperada, tinha uma expressão de pânico e impotência..segurando a filha no colo, não conseguia chorar, não sabia o que fazer...

Enquanto isso.. eu, do outro lado da rua, assistindo tudo aquilo não consegui sequer me mexer...pensei logo, se fizesse medicina iria lá ajudar, mas não faço, q poderia eu, ser meramente humano, sem nenhuma prática ou pro-atividade fazer? Nesse momento fiquei estarrecida não só com a minha, mas com a incapacidade de agir de todos q se encontravam a minha volta naquele ponto de ônibus, e pensei em quão desumano era aquilo...mas aquilo era mais forte q eu..me impedia de mover sequer as pernas...e eu só consegia pensar no sofrimento da menina, e comecei a inferir sobre o q ela poderia estar passando..sendo tão magra daquele jeito, estaria sofrendo de algum tipo de doença "moderna" como a anorexia? Teria uma outra doença mais grave? ou seria somente uma queda de pressão? a irmã menor chorando.. e eu ali..me perguntando aonde estaria o pai daquela família, como seria a história deles.. eu já não sabia o que pensar...rapidamente, ao contrário de nós, que estávamos ali, meramente espectadores, com coisas mais "importantes" para fazer,tais como ir p a faculdade ou trabalho, esperando nosso ônibus, algumas pessoas foram ajudá-las...e q crueldade...o táxi, vendo que era uma emergênica, recusou-se a parar...talvez ele estivesse ocupado demais como nós, mas logo veio outro, que se prontificou a ajudar..e assim, parada, ao mesmo tempo estupefata, aliviada, angustiada, esperando o ônibus, voltei a mim...fui tomada de um pânico, q me consumiu a alma, e todos meus medos vieram a tona...eu estava ali, na rua, sozinha, me sentindo a última criatura do mundo, inerte, eu não era sem coração, sentia piedade, só não tinha ação para um momento como aquele..era um ser tão indefeso, quanto a irmã de 12 anos que chorava de medo, vendo sua irmã padecer..e pensei..que poderia ser eu ali...e se aquilo acontecesse comigo? alguém me ajudaria? quem? e me vi então tão pequena e sozinha no mundo...

Vi o táxi partir...junto dele, ia não só a menina doente, mas também toda a sua história e de sua família...q eu nunca ficarei sabendo...
....meu ônibus chegou...subi..e raciocinei que precisava parar de pensar naquela história..pois senão..voltaria para casa, e não levantaria mais da cama... fui p faculdade, tudo voltou ao normal. (?)

..fiquei perplexa diante da passividade que faz o mundo girar..

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Personagem Naturalista


A ostra
animalzinho peculiar
tem o corpo todo molinho, é quase uma manteiga derretida
se protege envolvida por uma concha calcificada e não abre de jeito nenhum a danada.
Tem músculos adutores que a prendem de maneira q a única coisa q passa por ali é o plâncton, e todo mundo sabe q não existe coisa mais light e saudável do que uma dieta rica em plâncton (filtrado ainda por cima), principalmente o fitoplâcton, q além de ser micro e fazer aquela fotossíntese,sustenta a cadeia alimentar oceânica inteira.
Orgulhosa de sua auto-proteção, quando alguém de fora (sempre tem um parasita safado, tentando tirar vantagem) tenta entrar, ela não pensa 2 vezes não, libera a substância, a chamada madrepérola,que vai imobilizar o pequeno invasor, não permitindo que ele se reproduza, mas tb quem mandou ele ir entrando sem pedir licença, problema dele (ele é um parasita mesmo); mas ela q é toda pomposa, faz questão de transformar aquele ser inútil, e aquela madrepérola q jogou em cima dele, a mistura, vira uma singela e bela pérola.
..a ostra é assim..
auto-suficiente
auto-protegida
as vezes se prende a lugares, as vezes não se prende a nada..
sempre fechada em sua existência interior...cheia de autos-..

Aí vem o homem, ser irracional, abre a ostra, arranca a pérola p fazer um colar e ainda come a coitada.

Dado curioso: A Ostra é um animal rico em zinco, um dos nutrientes requeridos para a produção de testosterona (hormônio masculino).