domingo, 9 de novembro de 2008

Aos pés dos trilhos..

(Jacek Yerka)


Malas prontas. P onde vou? Sei La..talvez Maracangália, Pasárgada ou mesmo Genóvia. O importante é que seja um lugar bem distante desse mundo louco. Peraí, quem está louco é o mundo ou será que sou eu? Tb não sei. Sei que por mais q eu tente, não ta dando p continuar nesse barco. Eu posso até não estar lá muito bem com os meus pensamentos, meus relacionamentos também não tem sido lá grandes coisas, nada de finais felizes como nos filmetes hollywoodianos, mas Tb acho q não ia gostar de uma vida tão perfeita. Pensa só: as pessoas acordando sempre com um sorriso na cara, já de maquiagem, magérrimas, cabelos lisos, olhos azuis e corpos invejáveis, um emprego maravilhoso, com uma carga de horário pequena e um salário q sustenta uma mansão e um carro do ano. Eu, sinceramente, gosto desse meu jeito meio imperfeito, adoro uma discussão e não ia gostar dessa monotonia, mas se a gente parar p pensar, o real ta tentando imitar o imaginário. È uma vaidade sem limites com as cirurgias plásticas (que quase sempre trasnformam pessoas normais em monstros), dietas ditatoriais que secam a carne e dobram os ossos até quebrarem, a soberba do consumismo que é tão descartável quanto a vida de pessoas que se destacam e pagam com a mesma pela inveja despertada. Ta tudo acontecendo tão rápido que até,e principalmente, os amores estão acabando. Tudo tem um prazo de validade: conhecer a pessoa, beijar na mesma hora, transar na mesma noite e pronto, amanhã novo dia, nova pessoa. E os casamentos então, nem se fala. Parece que Ninguém tem mais tempo para perder conhecendo alguém e aprender a conviver com as diferenças desse alguém. O que elas precisam é correr para serem promovidas, trocar de carro e ao mesmo tempo impedir que o próprio tempo venha corromper sua beleza. E o engraçado é que ninguém percebe que o importante na história é o ser e para isso é necessário ler, ouvir, exercitar o pensamento, mas o ter é que tem regido esses corpos ocos.Se eles soubessem que o ser é que rege o ter, talvez atentariam para o “ser” que existe dentro d cada um. Ou talvez não, (já que hj eu to meio pessimista). E é por isso que eu to saindo fora daqui. Simplesmente pq eu não me sinto parte dessa grande massa padrão que empurra o mundo com a barriga e continuando aqui não sei qual é o meu papel, se é que existe um p cada pessoa. Talvez Platão estivesse certo quando disse que existiu um mundo paralelo perfeito, e que a beleza reconhecida no nosso é somente uma lembrança desse paralelo; mas eles deviam saber q uma lembrança não pode ser reproduzida fielmente. Contudo, insistem em buscar a beleza aqui, encontrada lá, que hj se representa nos filmes. Eu como parei de ver esses filmes, decidi que preciso mesmo ir, talvez ainda haja uma maneira de salvar o mundo, por isso preciso seguir na minha jornada.então vou La. Quer saber? Vou ate esvaziar minhas malas, q é p me desvincular dessas recordações que não me servem p futuro. ah, já ia me esquecendo de avisar .. a data da minha volta.........como não sei o que me espera..não posso dizer quando volto.. Por enquanto a passagem é só de ida.

Um comentário:

Adrian Troccoli disse...

Então é assim...
Vai se embora sem mala sem nada...
Vai comprar td novo casa nova roupas novas, conhecer novas pessoas e voltar pro mesmo, tds somos tão parecidos. As vezes nos esquecemos por causa do tamanho do mundo, ai quando menos esperamos lá vem de novo, td igual de maneira diferente... Acho que Platão não estava certo, não acredito que exista algo de muito diferente do que temos, bem, se existe eu não sei mais quando eu tiver visto esse tão especial vou afirmar que ja havia o visto em meus sonhos ou que se parece com o documentario que vi na BBC...
Ai não sei nem mais em qual contradição estou incerido...
Sendo assim estou indo também, só não sei pra onde...