sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Casulo, a condição humana

(trabalho de Daniel Lopes)

Casulo, a condição humana, foi apresentado como trabalho final de período, na matéria arte e materialidade.
A proposta do trabalho era utilizar como matéria-prima, a matéria humana, ou seja, uma pessoa, em uma espécie de performance. Inicialmente, a posição do corpo seria voltada para/como a de um Bebê, a posição fetal, que estaria enrolado, como se fosse um casulo.
Assim, abordaria a questão do Real x (na) condição humana; já que isso não é possível na realidade, pois casulos são feitos por animais e não por humanos.
Contudo, no decorrer da execução do mesmo, ficou decidido que a posição da pessoa, não seria mais a fetal, mas sim o corpo esticado, preso a uma árvore, se assemelhando a um casulo de um inseto.
O casulo, na verdade, além de lidar com esse paradoxo de naturezas, metaforicamente, representa questões do psicológico do Homem. Os animais fabricam casulos, nos quais se envolvem durante um tempo para sofrer sua metamorfose, amadurecer, virar um animal pronto para lidar com a natureza selvagem e a poder fazer sua reprodução e conseqüentemente, sua perpetuação.
Isso representaria, em um indivíduo, uma temeridade aliada à imaturidade, ou seja, uma pessoa que tem medo de crescer e se fecha para o mundo, para viver sozinho no seu “espaço individual”, na bolha, em uma mistura de egocentrismo e insegurança.
Ao mesmo tempo poderia significar o contrario, o desejo de “metamorfose” para a fase adulta, para adquirir sua liberdade, viver o mundo adulto. Ainda assim, poderia significar também essa vontade de saída para o mundo, porém contida pelo envoltório do casulo.
Devemos atentar para o fato de que o casulo quer chocar, seja pela questão de irrealidade com uma situação real, seja pela questão metafórica que infere em questionamentos da psique, seja pela performance, que gera uma aflição de ver alguém preso, totalmente lacrado, sem poder sair do lugar, nem se mexer.

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